Caldo verde à minhota

O Caldo Verde é uma sopa de couve galega, provavelmente a mais conhecida de Portugal, de norte a sul do país não há quem lhe resista.

INGREDIENTES

600 gramas de batatas
1 chouriço de carne ou salpicão
200 gramas de couve-galega
1 cebola
2 dentes de alho
150 ml de azeite
Sal a gosto
Broa para acompanhar

PREPARAÇÃO

Descasque as batatas, a cebola e os alhos, e leve a cozer em litro e meio de água temperada com sal, metade do azeite e o chouriço.
Quando as batatas estiverem cozidas, retire o chouriço e reduza a puré os restantes ingredientes juntamente com a água. Leve novamente ao lume e, 10 minutos antes de servir, adicione a couve, cegada finamente, lavada e escorrida. Deixe cozer com a panela destapada.
Retifique de sal e adicione o azeite restante.
Coloque em cada prato uma rodela de chouriço, e regue com o caldo-verde.
Acompanhe com fatias de broa.

CURIOSIDADES

O Caldo Verde é uma sopa de couve galega, provavelmente a mais conhecida de Portugal, de norte a sul do país não há quem lhe resista.
Teve a sua origem no Minho, mas foi adotada por todas as províncias portuguesas. Escritores e poetas como Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Júlio Dinis ou Ramalho Ortigão são apenas alguns escritores que o referenciam nas suas obras. António Correia de Oliveira , por exemplo, define o seu consumo como  "núpcias de sustento e de sabor".
Já o poeta Reinaldo Ferreira, descreve este típico caldo através de um poema que Amália Rodrigues cantou e imortalizou (Uma casa Portuguesa), tornando-se numa espécie de hino nacional: "basta pouco, poucochinho p'ra alegrar uma existência singela... é só amor, pão e vinho e um caldo verde, verdinho, a fumegar na tigela..." Outro grande poeta, Fernando Pessoa, foi devoto consumidor desta simbiose de caldo de batata e couve-galega, cegada bem fina, com um subtil aroma a cebola e alho, para ajudar à substância.
Com os seus olhos de fino azeite despertos à superfície e a sua tora de chouriço caseiro afirmou como persigo (conduto de carne ou peixe) tudo numa tigela fumegaste com uma fatia de broa a fazer-lhe companhia. Saboroso caldo que foi em tempos de menor abundância prato principal para os menos abastados. Sempre ali, junto ao fogo da lareira, naquela panela de ferro, pronto para a partilha.
Atualmente, embora em desuso, pelo menos nos cardápios dos restaurantes da nossa praça, salvo raras excepções, continua a ser uma iguaria obrigatória de apreciar. Que seria uma boa sardinha, em noite de São João, se não houvesse o Caldo Verde para a sossega?


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